“Já me filmaram por debaixo da saia na escada rolante e eu parti pra cima” diz modelo Lien Porto

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No Dia Internacional da Mulher, celebrado 8 de março, muitos são os casos de assédio que são reportados e que endossam as estatísticas que apontam que ainda há muito a ser feito em defesa dos direitos das mulheres e contra o preconceito

A modelo Lien Porto relata  que sofre muito assédio por ser mulher: “o assédio acontece nas ruas, com cantadas indiscretas, no transporte público, com homens que não se controlam e querem passar a mão em mim, que tentam se encostar, que não respeitam, que acham que nós mulheres somos um pedaço de carne e que estamos ali para servir aos seus desejos. É lamentável”. 

Para a modelo, existe uma cultura de que o homem pode fazer o que quiser, e isto gera situações que beiram o absurdo: “lembro de um caso em Salvador de um homem que estava filmando com o celular por debaixo da minha saia enquanto subia a escada rolante. Achei aquilo um absurdo e parti pra cima, chamei a polícia, fiz um escândalo no shopping e o caso repercutiu muito”, comenta.

Lien Porto comenta que o Dia Internacional da Mulher serve como lembrança da desigualdade e preconceito que ainda existe e estímulo para não desistir: “Essa data nos lembra que a luta continua e do quanto é difícil ser mulher numa sociedade machista. Não é porque eu sou modelo, gosto de me cuidar, malho e tenho um corpo bonito que isso dá o direito dos homens serem grosseiros e virem me agarrar”.

A modelo revela que sofre com o assédio desde criança e pondera que o assédio pode ser o começo de algo muito mais grave, que é o feminicídio: “Eu sofro desde a minha infância assédio por causa do meu corpo e há anos convivo com isso, mas isso não significa que este tipo de atitude machista tenha qualquer respaldo ou que eu concorde com isso. Nós mulheres somos fortes, independentes e podemos sim ser sensuais, ter liberdade para sermos femininas, alimentar nossa vaidade, sem ser vítimas do preconceito e pré julgamento ou sermos incomodadas por pessoas que não sabem seus limites. Pela via do assédio pode vir também o estupro, além dos casos de mulheres ao redor do mundo que tem sofrido violência e até vindo a óbito por esse motivo”.

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