Quando o sentimento de ABANDONO E REJEIÇÃO te impede de ser feliz!

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Bianca Benevenuti Psicologa e Terapeuta de Família CRP 05/29057 Facebook: @psicologabiabenevenuti Tel: 21 964853725

 

 

 

Você  tem a sensação de sentir-se sozinho? Acreditando que precisa ser cuidado por alguém? Se relaciona através do pensamento que pode perder o outro?

Vamos conceituar as palavras abandono e rejeição.

Abandono: é o ato e a consequência de abandonar. Este verbo pode aludir a deixar algo ou alguém, afastar-se ou desprezá-lo. Rejeição: é o processo e a consequência de rejeitar (resistir, negar ou recusar). Ao manifestar rejeição para com algo, deixa-se em evidência que não se o aceita ou tolera.

Mas o que são estes sentimentos e como ocorrem?

O abandono e a rejeição podem ser de caráter emocional ou físico, ambos tratando-se de distanciamento, independente da figura de ausência, seja ela paterna, materna ou ambos. Crianças que não tem suas necessidades emocionais supridas, tais como acolhimento, vínculo e atenção;  geralmente desenvolvem este sentimento. Na etapa de crescimento de uma criança é importante que ela sinta que tem pais que se preocupam com as suas necessidades. O Doutor em Psicologia Guy Winch, diz. “As rejeições são os cortes e arranhões psicológicos que machucam a pele emocional e penetram na carne”.

A literatura psicanalítica reconhece que a personalidade saudável decorre de um desenvolvimento suficientemente bom nos primeiros anos de vida. Em suas obras, Bollas (1992), Bowlby (1988, 1990), Spitz (1988) e Winnicott (1987, 1988) pontuam que o ambiente tem importância determinante no desenvolvimento da criança. Inicialmente, a mãe é o ambiente do bebê; sua presença, continuidade e consistência são decisivos para a estruturação do psiquismo da criança. A fragilidade do bebê humano impõe a necessidade de um outro que lhe assegure as condições mínimas de sobrevivência. Como a pessoa, no começo, forma sua identidade a partir da maneira como que é tratada, se ela for desvalorizada e depreciada constantemente, pode internalizar em si uma autoimagem de que não é merecedora de afeto e de que não possui atributos suficientes para ser aceita em sociedade.

Quais consequências comportamentais podem surgir a medida que a pessoa cresce com este sentimento?

A pessoa cresce com um sentimento que “O mundo deve a ela”, uma sensação de falta, insatisfação. Muitas vezes este sentimento é externado em comportamentos agressivos, outras vezes em comportamentos de aceitação extrema ao ambiente e dependência.

Geralmente os relacionamentos em que esta pessoa vivencia são baseados na sensação de que será abandonado ou rejeitado, por já ter sofrido uma vez; através desta crença, seu corpo e suas atitudes arquitetam tudo para dar razão a crença de tal forma que  se cumpri. No caso da pessoa que é abandonada na infância, pela mãe ou pai, e sonha em ter família, por exemplo: se casa mas a todo o tempo seu pensamento é fixo que aquele que ela ama também poderá abandona-la, logo,  em uma tentativa de não ser abandonada ou rejeitada, acaba por  sufocar o outro, através de brigas, ciúme ou cuidados excessivos, o que acaba acontecendo? É abandonada ou rejeitada.  Isto também pode acontecer nos relacionamentos com os filhos ou com amigos… O terapeuta de casais Marina Vasconcellos comenta: “O ser humano tem necessidade de ser aprovado, de ser aceito. Pertencer a uma sociedade, a uma família, é uma necessidade básica. E a rejeição tira esse direito. Fica um vazio.”

Este sentimento influencia também na auto estima, na auto confiança. A pessoa acredita que as situações ocorrem daquela maneira, por causa dela, que as pessoas vão embora, por causa dela, que não é digna ou que não é capaz de cuidar de si mesma. Geralmente, se busca a aprovação das outras pessoas para que se possa ser  aprovado. Isso torna as pessoas dependentes emocionais. Ao ser aprovado por alguém, temporariamente sente-se um bem-estar que encobre a insegurança. A partir daí, busca-se mais e mais aprovação para que possa sentir esse alívio, como se fosse um vício. A rejeição tem o poder de minar a autoestima de forma tal, que as pessoas ficam escravizadas buscando aprovação incessante até mesmo de quem nunca será capaz de lhes dar. Ficam presas na ilusão de que só podem sentir seu próprio valor quando alguém lhe der valor. O impulso em buscar essa aprovação é tão forte quanto o impulso do dependente químico pela droga.

Como me livrar deste sentimento?

A ferida causada pelo abandono não é fácil de curar. Equipara-se a dor do abandono e da rejeição a dor física. A pessoa saberá que está curada quando os momentos de solidão não forem vistos como desamor e rejeição, e, dentro de si, existirem diálogos positivos e esperançosos.

1.Uma das principais ferramentas para se livrar deste sentimento é cuidar de si mesmo- Iniciar o trajeto de auto confiança.  É natural que diante da rejeição surjam sentimentos de tristeza, solidão e abandono; é preciso estar consciente de que atribuir ao outro a responsabilidade integral pelo próprio bem estar, acaba perpetuando o sentimento cada vez que algo for negado ou der errado. Acreditar que a outra pessoa deve assumir e suprir as suas próprias necessidades retrata uma atitude quase infantil e inconsciente de acreditar que são elas que devem comandar sua vida.

 

2.Não aceite a rejeição como uma verdade, ela é uma crença destrutiva a respeito de si mesmo, e o torna uma pessoa insegura para novas experiências e fechando-se para a vida com medo de magoar-se novamente.

 

3.A dor da rejeição e do abandono é tão intensa que pode gerar profundas feridas, mas o sofrimento pode ser menos ativo a medida que é refletido e questionado. A psicoterapia poderá ajudar quem se sente rejeitado a compreender e elaborar este sentimento, entender que às vezes o outro pode dar ou não a resposta que deseja e como superar esta frustração.

 

O processo psicoterapêutico poderá ajudar a pessoa a se tornar mais independente e responsável pelo seu próprio potencial para ser feliz. Por meio do amadurecimento e da descoberta de quais são os seus verdadeiros desejos e valores, este é um processo que auxilia na construção de recursos internos para lidar com limites e com o sentimento de frustração e impotência.

Referencias:

https://www.patriciacostapsicologa.com.br/single-post/2014/08/04/Rejei%C3%A7%C3%A3o-A-ferida-do-vazio

http://abandonoafetivo.org/para-psicologo-dor-da-rejeicao-ativa-mesmas-areas-da-dor-fisica-2/

Psico-USF (Impr.) vol.9 no.2 Itatiba jun./dez. 2004. A dor e a constituição psíquica

https://www.contioutra.com/5-feridas-emocionais-da-infancia-que-podem-persistir-na-idade-adulta/

http://www.eftbrasil.com.br/o-poder-da-rejeicao-2/

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